sexta-feira, 15 de outubro de 2010

It´s my live

Nunca fui de falar muito da minha família aqui no blog, nem mesmo na vida, mas já que sinto necessidade de fazer, quero ser sincera e franca, apenas isso.
A frase mais falada por mim, sempre foi: "Não ligo pro q a minha mãe, acha ou fala!" Verdade, eu achava mesmo que a opinião dela podia até incomodar, as vezes até machucava, mas eu sempre achei que passava por cima de tudo, sem que as criticas e ironias dela me abalassem. Estava enganada. Nunca percebi que a minha auto-critica tem a voz dela. Em todos os meus relacionamentos, foi a voz dela que veio na minha cabeça para dizer que minha família ia pirar se o lance desse certo. E quando alguma coisa dá certo, é sempre nela que eu penso em primeiro lugar com aquele ar de: "Viu mãe, não sou a fracassada que a você pensa!"  Na minha cabeça, os defeitos que eu escondo de todo mundo, a voz dela revela cruelmente.
Para Freud as mães são a raiz dos nossos traumas #fato?!? Toda uma bagagem pesada de mágoa, criticas, dores, raiva e culpa, arrematadas com acusações de eu sempre fazer tudo errado e sempre fazer escolhas erradas pra minha vida e agora pra vida da minha filha também, como se só ela soubesse o que é bom pra todo mundo..Já doeu muito, hoje eu achava que até nem doía mais.... me enganei...
Sei q parece que estou descrevendo um monstro, mas vocês não têm idéia do quanto é difícil falar sobre isso já que assumir faz de mim duas vezes pior que ela, porque admito sermos parecidas em muito. Mas eu precisava explicar o porquê de nunca termos nos dado muito bem. Sou irremediavelmente parecida com ela,  a língua ferina, a ironia, as lamentações, o drama, o jeito rude, a dificuldade de demonstrar afeto e muitos outros defeitos que vocês já conhecem e uns inéditos também. Também  aprendi a evitar muita coisa que eu via nela, o preconceito é a principal herança que eu reneguei, me orgulho de ser uma pessoa tolerante e que vê as coisas que ela repudia com total naturalidade e essa é só uma entre as muitas coisas que eu escolhi não cultivar.
Sei que em algum lugar nela deve existir uma pessoa, mais humana, mais amorosa, mais mãe, claro que existe. Claro que dentro dela, ela ama a família, filhos e neta, e que à sua maneira e com suas neuroses essa é a forma que ela tem de demonstrar seu amor por mim, assim como eu também trago boas influências dela, a habilidade de distorcer a realidade para não enfrentar a vida, por exemplo, agradeço a ela, tem também os hábitos e costumes familiares que quero com certeza passar para meus filhos, essa forma de defender sua “cria” como uma onça brava e de se jogar na frente de um trem para nos salvar, de ela poder falar mal, mas os outros que se atrevam...
Depois de falar tanto da minha mãe sou remetida a uma Andréa que graças a ela hoje tem 30 anos e às vezes se tranca num cofre só para não demonstrar suas verdadeiras emoções.
Sabe uma das piores coisas de crescer, é ser resistente a dor. Estou falando de suportar mesmo, naquela hora que o chão se abre embaixo dos seus pés, na hora que a realidade te dá um soco no estômago e você nem pode lacrimejar.
Quando você é criança não é feio chorar, é normal e compreensível. Até na adolescência isso ainda é tolerável. É aceitável sair na hora do recreio e ir para casa, colar os cacos do seu coração, ouvindo uma música bem triste no volume máximo, faz parte!
Mas se o mundo desaba e você é adulta, simplesmente tem-se que engolir o choro e manter a cara de paisagem. Primeiro porque você não pode chorar na frente dos outros, vai borrar a maquiagem, a moça do lado, seu chefe, deve ter alguém olhando e vão achar que você é louca, ou pior, q você é infeliz e mal amada... e isso meus caros é inaceitável!
É tão mais sofrido ter o coração partido em horário comercial, esperar até chegar em casa pra chorar escondida no banheiro, porque você não pode desmontar na frente de ninguém, porque você já é um ser humano evoluído o suficiente para superar essas bobagens. E não estou só falando de coração partido no sentido de levar um fora, falo de coisas muito piores, dores, que chegam a ser tão fortes que são em muitas vezes físicas, decisões tomadas que podem afetar sua vida inteira e te deixar com peso na consciência, e lembranças dolorosas que nunca serão apagadas, só amenizadas. Coisas que nem um novo emprego, novo amor, novo animal de estimação resolve... Coisas que você chora escondido, engole, finge que esquece e toca sua vida pra frente.
É realmente muito difícil crescer, sobretudo quando se é "emocionalmente fraca e desequilibrada".  Você tem que ficar lá, assinar o ponto, ter cuidado não se esquecer de nada importante, aí, ao final do dia você sobe no ônibus se senta (com sorte) tomando cuidado para não deixar cair nenhum pedaço do seu coração partido. Eu sempre odiei ser criança, mas naquele tempo, se eu chorasse na rua, ninguém me olharia com piedade achando que eu não tenho sorte na vida. Tempos amenos aqueles, crescer dá muito trabalho, esquecer as criticas da mãe da muito trabalho, assumir um novo relacionamento dá trabalho, bater no peito como um gorila e pular de cabeça no desconhecido que pode ou não dar certo dá trabalho, assumir que se está mais uma vez amando dá trabalho, agüentar preconceito e julgamentos por causa desse amor dá trabalho.... Mas, como me disse alguém muito sábio esses dias: “Se fosse fácil, não tinha graça!!”

E isso Senhoras e Senhores, é a minha vida!!!! Um espetáculo de circo, que passa por momentos filme de terror, comédia romântica, drama, Romance rasgado.... Terá esse filme um final feliz com aquele tão esperado... “Felizes para Sempre!”?!?

Mantenho vocês informados...

Por enquanto... Bom final de semana pra vcs...

4 comentários:

Daniel disse...

Oi... boa sorte com o blog... bjinhos

EnZo M. Thomasi disse...

Nossa amor...que profundidade, até me emocionei...e nao to brincando...

Acho que por te amar tanto, saber que vc tem essa dor intensa dentro de vc, me faZ senti-la tambem...infeliZmente vc está longe e nao posso nem te dar um abraço...

Não vejo nada escrito que eu possa discordar ou negar seu sentimento, com uma leve exceção:
como eu ja te disse, como eu demonstro pra vc, eu nao acho nada errado demonstrar emoção, expressar dor, choro, seja de tristeZa ou alegria...acho que a dor só aumenta se vc a guarda e aperta la dentro do coração...além do que, se vc não demonstra, ninguem te ajuda se vc nao conta...

Como ja te disse 1 bilhão de veZes, eu to aqui, pra vc, qdo vc precisar, quiser, chamar ou mesmo se não chamar, pq eu sou um "grude", né? XD

Vc disse que eu sou "alguem muito sábio" por ter dito uma coisa que lhe foi importante...mas como eu ja te disse inúmeras veZes: se eu faço alguma coisa certa, é pq tenho vc como inspiração...

Não se esqueça que, se alguem se for ou não fiZer parte da sua vida, eu estou aqui, SEMPRE, e sempre estarei, pq "vc não vai se livrar de mim assim tão facil", minha querida...

Nada que vale realmente a pena vem fácil, mas facilita se trabalharmos juntos...e estou galgando com vc este "Happily ever after...", no matter what...

Sophie Lacroix disse...

Viver é foda,
CRESCER é dificil!

Sim bee, muito dificil mesmo.

Mas temos que fingir ser fortes! Disfarçar mesmo! Por que tem gente que te nos como escudo! Não podemos deixar transparecer fraqueza! Mesmo que sejamos como asinhas de borboleta!

E eu ainda tenho medo do escuro...

Fique bem meu amor!
Amei o texto!
I love You!

E venha fazer turismo sexual aqui no rio! Vou amaaaaaar!
Beijos delicia!

Sophie Lacroix disse...

Que coisa mais fofa seu grude novo! Huahauahau!